23 de março de 2024

Fiagros avançam em números de investidores em 2024 e mostram resiliência do agronegócio

A agropecuária registrou crescimento de 15,1% em 2023 no Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na esteira desse crescimento, os Fiagros superaram a marca de 500 mil investidores no final de fevereiro, de acordo com boletim mensal da B3 sobre o produto. 

Fiagros avançam em números de investidores em 2024 e mostram resiliência do agronegócio
Fiagros-Foto: Unsplash

Segundo Guilherme Sharovsky, analista da Bloxs Capital Partners, um dos highlights positivos neste ano está sendo a normalização de setores do agronegócio que estavam estressados. Na última semana, a China anunciou a habilitação de 38 frigoríficos brasileiros para exportar carne bovina, de aves e suína para lá, registrando o maior número de plantas autorizadas de uma só vez na história.

“Além disso, temos notícias animadoras em resultados do primeiro bimestre em relação a produção de grãos, não só soja, mas milho. Essas são algumas situações de curto-prazo que consequentemente vão contribuir para um melhor desempenho dos Fiagros”, diz Sharovsky. 

O analista da Bloxs Capital também destaca o interesse de investidores de pessoas físicas com as emissões de Fiagros. “As emissões de Fiagros se mantiveram estáveis, tivemos uma explosão no ano passado. Portanto, continuam sendo uma opção de investimento buscadas por investidores institucionais e positivos”, explica. 

A a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgou que os Fiagros tiveram captações líquidas de R$ 20,5 milhões em janeiro.

Sobre a inadimplência que afetou o setor, Gustavo Branco, analista da Suno Asset, o aumento de recuperação judicial apresentado por alguns produtores ou empresas é algo proporcionalmente pequeno dentro do mercado de agronegócio como um todo.

Sharovsky reforça o entendimento, afirmando que os fundos middle-risk e high yield foram os mais impactados, principalmente por empresas de médio-porte. Por outro lado, grande parte das operações que deram problemas tinham garantias reais, informa o analista.

“As expectativas futuras são positivas, visto que os Fiagros são muito versáteis e têm o potencial de liberar ainda mais investimentos para o setor, tornando o agronegócio uma oportunidade atrativa de investimento,” afirma Amanda Coura, também analista da Suno Asset. 

Setor agro é resiliente e tem vantagens competitivas, diz Suno Asset

Sobre os desafios, o agronegócio brasileiro, atualmente, está em alerta devido à quebra de safra causada pelo El Niño e aos baixos preços das commodities.

A safra de grãos de 2023/24 deve ter uma redução moderada, mas com aumento previsto na produção de soja, apesar da queda na produtividade por hectare. 

“É crucial destacar que, apesar desses desafios, o setor agro brasileiro possui vantagens competitivas em relação aos demais players globais e demonstra grande resistência diante das adversidades. Portanto, é provável que a safra 2023/24 não atinja recordes de produção, mas também está longe de ser catastrófica”, diz comunicado da Suno Asset. 

A safra de milho, no entanto, deve ser mais impactada, com uma redução de até 11% na produção devido às condições climáticas adversas. 

Embora os preços das commodities estejam baixos, a maioria dos produtores deve superar esse momento. O aumento no número de pedidos de recuperação judicial para produtores rurais em 2024 representa apenas uma pequena fração dos produtores.

Compartilhe:

Clique em um dos contatos para ser atendido(a)

Mauricio

José Falcão